"Algo que aprendi com os monges é que nossa vida sempre vai ser feita de três janelinhas: o passado, o presente e o futuro. O futuro a Deus pertence; o presente, o próprio nome já diz, é uma dádiva; e o passado é apenas uma história. Então, nada mais certo e justo do que viver o hoje."
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Luciano Aparecido Cabral Hirata é descendente de japoneses e portugueses. Passou a infância em Goioerê, onde nasceu, até mudar-se para Maringá. Na Cidade Canção iniciou o Ensino Médio. Aos 16 anos, decidiu estudar no Japão. "Eu achei que já dominava bem o idioma, mas precisei ficar mais tempo lá para aprender melhor a língua", conta. Ele fez, então, o restante do colegial e iniciou a primeira etapa da faculdade de Medicina Oriental em Tóquio em 1998.
Em 2000, Luciano precisou retornar ao Brasil, e aqui, optou por fazer faculdade de Fisioterapia. Terminado o curso, tinha o desejo de voltar ao Japão para terminar o curso de Medicina Tradicional Chinesa, mas recomendaram que ele fosse à China. "Quando procurei a academia chinesa, descobri que eles tinham convênio com o governo japonês, e como eu já havia começado lá em Tóquio, fiz uma prova e ingressei na universidade chinesa", conta.
No inicio de 2007, foi à China para um ano de muitos estudos. E depois de concluir a formação, sempre retorna ao país para se atualizar. "Sempre faço reciclagens na academia chinesa. E no tempo que fiquei na China, passei por vários lugares, como Pequim, Changai, o que colocou em contato com outras técnicas da Medicina Chinesa, além da acupuntura. Lá também conheci a fitoterapia", explica.
Para atuar no Brasil, Luciano precisou adaptar o que aprendeu à realidade brasileira. "As diferenças culturais são muito grandes. Até nossos instrumentos são outros", afirma.
Luciano ainda se lembra do avô, que fazia aplicações de acupuntura em pacientes que passavam pelo sítio da família. "A raiz veio de lá. Eu e minha família fizemos o tratamento com ele. A fisioterapia acabou me chamando atenção por estar associada à reabilitação, o quadro de dor, tudo em cima da técnica da medicina chinesa." Ele acredita que a fisioterapia sempre está ligada a alguma área da medicina oriental.
Filho único, o fisioterapeuta sempre teve o incentivo dos pais tanto nas decisões ligadas aos estudos e à vida profissional. "Meu pai, na época que eu estava indo de mudança para o Japão, viu que era meu sonho e me incentivou muito. Minha mãe tinha certo receio de ficar longe de mim, mas, no fim, também me apoiou", relembra emocionado. Hoje, com a vida profissional se encaminhando muito bem, ele lamenta não ter mais a presença do pai. "A memória dele me incentiva a continuar."
São apenas dois anos de atuação no Brasil e a clínica já cresceu, deixando a agenda muito concorrida. "Estou aqui, mas uma vez ao ano viajo para fazer a reciclagem. Nesse tempo de viagem, também tiro um tempo para passar na França, que é o berço da auriculoterapia e continua sendo um forte centro na área", conta.
Todo o trabalho que Luciano desenvolve através da Fisioterapia e da Medicina Tradicional Chinesa está ligado à dor. "Para entender a sua dor, a gente precisa entender o corpo como um todo. Uma dor no ombro, de cabeça ou na coluna, tem um fator de causa, que pode ser biomecânico ou até mesmo emocional", pontua. É um trabalho complexo e bem completo.
Luciano afirma que a família foi fundamental em todas as conquistas. "Foram sonhos que sempre tivemos juntos. Minha conquistas, principalmente profissionais, eu devo a eles, sou muito grato ao meu pai", emociona-se o fisioterapeuta. Hoje, apesar de estar longe da mãe, que mora em Goioerê, ele valoriza muito todo o tempo que os dois têm juntos e enfatiza o quanto ela é importante. E os planos não param. Um dos próximos passos é o casamento, com a também fisioterapeuta Laira Phâmela de Almeida Moura. " Ela apareceu em um momento muito importante, na hora certa", conta. "Já começamos os preparativos e vamos realizar mais um sonho. Afinal, minha trajetória até aqui foi construída sempre com o apoio da minha família. Agora vou construir a minha", finaliza.
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