"Sempre gostei de comércio. Desde criança eu já vendia minhas borrachas para os amigos da escola. Fui crescendo com esse tino comercial. Ao constatar uma carência de lojas de presentes diferenciados em Londrina resolvi abrir a Vintage e a criar os oratórios. Deu tão certo que lancei minha própria marca, O Caixeiro". (Weber Wanderley)
"Adoro a minha profissão. Tenho 25 anos de estrada. E minha maior satisfação é ver a alegria dos clientes quando a obra fica concluída. Meu trabalho é concretizar um sonho, muitas vezes, um sonho de uma vida inteira". (Wagner Donadio)
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Ele sempre foi sinônimo de bom gosto. A começar pelo traje, não importando o dia, o lugar, nem a hora. Impecável na forma de vestir. O bom gosto pessoal se estendeu ao comercial quando Weber Wanderley montou a loja Vintage & Co e depois começou a criar seus oratórios e Espíritos Santos que já se tornaram referência em Londrina.
Weber Wanderley sempre teve tino comercial. Desde criança comercializava suas borrachas nos bancos escolares e levava bronca da mãe. Já o pai elogiava e incentivava. "Minha mãe ficava muito brava,mas meu pai brincava dizendo que eu tinha sangue de turco", relembra.
O despertar para se ter uma loja nasceu das visitas que fazia às feiras de presentes, acompanhando o arquiteto Wagner Donadio, seu sóci. "Eu fui conhecendo fornecedores, representantes. Fui observando a quantidade e variedade de artigos de presentes ntas feiras e a carência em Londrina de novos produtos. Foi quando surgiu a idéia da Vintage e a minha intenção era comercializar produtos mais acessíveis financeiramente e diferentes. Como eu já tive loja em São Paulo quando lá residi, ficou fácil saber o que comprar e com que agradar", completa.
Weber relembra o brechó que nos anos 90 fez sucesso na Paulicéia, sendo por várias vezes capas de revistas como Marie Claire, Folha de São Paulo, Moda Cláudia. "Os editores de moda buscavam acessórios na minha loja. Minhas clientes eram famosas, celebridades que divulgaram bastante meus artigos. Só fechei porque vim embora para Londrina ficar com a minha família. Mas foram anos de experiência adquirida e que hoje me dá suporte para lidar com o comércio", diz.
Montada a loja com décor de Wagner Donadio, o próximo passo foi a criação de oratórios. "Sou de uma família católica, sempre fui devoto de santos e adoro cores, fitas, artesanatos, folclore. Começei a vender oratórios e espíritos santos e o sucesso foi tamanho que eu dei asas a criação. Fui aprender a cria-los com a professora Rose Gutierrez. Ela foi uma grande incentivadora. E crei minha própria marca, O Caixeiro. Sou apaixonado pela criação dos oratórios e agora aumentei minha loja e montei uma oficin. Sou muito conversador, extrovertido, adoro interagir com meus clientes, ouvir opiniões, saber o que eles querem que eu tenha na loja. E cada peça que eu assino sei exatamente para quem é. Faço para abençoar mesmo. E o que eu faço vendo logo em seguida. Existe até a vontade de dar aula, mas ainda estou analisando a possibilidade. Hoje faço exatamente o que eu gosto: sou comerciante e artesão!", conclui.
Wagner Donadio é formado pelo Cesulon, hoje Unifil, em 1988. É conhecido e respeitado nome da aquitetura londrinense. Foi diretor de teatro durante muitos anos e daí para a Arquitetura foi um pulo. Criador nato, assinou seu primeiro projeto com 7 anos de idade. "Montei uma casa redonda e a metodologia que usei na infância adoto até hoje. Também venho de uma família de arquitetos, meu irmão e primos são arquitetos. Não tinha como fugir. E hoje, depois de 25 anos de profissão, vejo meu trabalho reconhecido, atuando em projetos totalmente diferenciados e que se tornaram referência. Para um arquiteto a maior consagração é o resultado aplaudido por um cliente. É tão bom você constatar a alegria de um cliente que recebe sua casa pronta para morar. Muitas vezes é um sonho acalentado há vários anos. Isso não tem preço", salienta o profissional que transita pela arquitetura e teatro com naturalidade, habilidade e talento.
Com uma carta de mais de 300 clientes, esse araponguense chegou a cursar seis meses de engenharia industrial. "Mas larguei a tempo, vi que aquilo não era para mim, eu queria arquitetura e assinei meu primeiro projeto profissional em 1984, ainda estudante, o Colegio Delta. Foi a primeira obra pública na qual se usou cores fortes".
De lá para cá Wagner tem assinado uma seqüência de obras, entre elas, as mais recentes como a boate Mansão Palhano, Gelobel, O Casarão, Paneteria Palhano, além de projetos residenciais e muitos outros comerciais. "Adoro os dois. Gosto de mergulhar no universo do cliente. Não sou habitué de boates, mas quando fui montar a Palhano, me informei, me vi como um freqüentador da noite londrinense. Quis fazer um projeto o mais bacana possível e assim é com todos os projetos. Adoro desafios e propostas novas", comenta Wagner.
A sociedade com Weber na loja Vintage & Co surgiu da carência de seus clientes na hora de comprar peças para a decoração de interiores. "Eles comentavam comigo que não encontravam peças diferentes e mais diversificadas. Muitos iam a São Paulo para adquirir. Conhecendo o gosto dos clientes resolvemos investir na loja que deu certo", diz.
O lazer de ambos se resume a viagens e jantares com amigos. "Passou o tempo de boates e muitas festas. Hoje gosto de estar com amigos conversando, jantando em lugares mais reservados. A maturidade faz isso com a gente, procurar os amigos verdadeiros e estar com eles sempre que possível", comenta Weber. E Wagner conclui: "Durante a semana a maratona com clientes e pessoas ligadas à obra é puxada demais. O bom arquiteto tem que estar atento a tudo. Por isso que nos finais de semana o lazer se resume estar em casa assistindo um vídeo ou na casa de amigos tomando um bom vinho".
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