"A nossa casa tem o poder de refletir nosso estado de espírito, de espelhar e revelar a personalidade de cada um. Por isso é fundamental a interação entre o arquiteto e cliente. Quando isso acontece, o resultado supera as expectativas."
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Quando se conversa com a arquiteta Rosália Moraes Rêgo Garutti, a impressão que se tem é que nunca ela estará de braços cruzados, sem ter algo para fazer. Simpática, alegre, falante e dedicada à profissão, ela exerce muitas funções, desde coordenar a reforma que passa por sua casa até o atendimento aos filhos, marido e clientes. Seu constante bom humor aliado à disciplina que mantém no dia a dia resulta em bons projetos e tem deixado Rosália em evidência nestes 20 anos.
Formada em Arquitetura e Urbanismo pelo Cesulon em 1987, é casada com Adalmir Garutti e tem dois filhos, Gabriel e Luiza. Filha do médico pioneiro Tácito Moraes Rêgo, tem uma harmoniosa relação com a família, em especial com as irmãs Valéria e Carmita. A mãe, dona Mirtes, é falecida. "Costumo dizer que, de todos, meu pai está sempre em primeiro lugar. Minha atenção é dedicada a ele, que continua sendo para mim exemplo de pai, avô, marido dedicado e excelente profissional", comenta.
Rosália cresceu vendo o pai trabalhar no consultório, em Alvorada do Sul, atendendo os pacientes, saindo às pressas nas idas ao hospital da cidade. "Nossa casa era internamente ligada ao consultório. Eu observava a forma ética e humana com que meu pai exercia a profissão. E pensava que quando crescesse gostaria de ser igualzinha a ele. Mas a Medicina não era a minha vocação. O que eu gostava mesmo era de observar casas e obras em construção. Não deu outra, me formei arquiteta e acabei fazendo pós em Arquitetura de Interiores e Design de Móveis. Hoje, tenho a convicção de que fiz a opção certa.
Logo que terminou a faculdade, ela abriu seu escritório voltado para projetos de residências. A arquitetura de interiores surgiu com a necessidade. "Ambos resultam na funcionalidade de uma casa e se tornou fundamental para o bem estar. Projetar uma residência e projetar o interior da casa são coisas distintas, mas que andam lado a lado. Acrescente uma decoração personalizada, arrojada. Pronto. O projeto está perfeito", ressalta a arquiteta.
Rosália costuma dizer que não tem estilo. Gosta de executar. "A mistura de todos os estilos - clean, contemporâneo ou clássico - desperta minha vocação. Decoração para mim é cultura, é prazer, personalidade. Não tenho por hábito impor nada ao cliente. Prefiro dar idéias, fazer ponderações, mostrar caminhos. Mas respeito o limite e gosto de cada cliente; afinal, é ele quem vai morar lá por muitos anos, quem sabe o resto da vida", comenta.
Adepta à reforma, salienta que ela é tão importante quanto construir uma casa. "Adoro uma reforma. Muitas vezes o cliente acha impossível modificar algo fincado naquele lugar há tantos anos. Não enxerga a possibilidade de mudança. Até que uma nova cara é dada. Desde a arquitetura em si até a decoração. Tem ambientes que são completamente refeitos e que ficam novos, diferenciados, melhor planejados. É uma questão de conhecimento, prazer em executar e bom senso. Na maioria das vezes o simples resulta em algo inovador e lindo. Dou muita importância a mundos pessoais que determinam como tendência o respeito à diferença. Por isso ressalto a necessidade de interação e cumplicidade entre o profissional e o cliente", diz.
Rosália já assinou inúmeros projetos, desde universidades até residenciais e comerciais. "Não importa o tamanho do projeto. Tem que ser projetado com zelo e capricho. Pode ser uma quitinete a uma mansão. Acho que esse é o fio condutor da minha profissão: agradar a todos. Porque a vida da pessoa está ali. Você pode rodar o mundo todo, mas, com certeza, o melhor lugar continuará sendo a sua casa. Não importa onde ela fica, como ela é. Importa sim que exista aconchego, personalidade, identidade. E isso, um arquiteto pode dar", conclui.
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