Profissionais do Ano Londrina

Ele já cozinhou para Mel Gibson, Phil Collins, John Travolta, Nicolas Cage, Madonna e Olivia Newton John. É um grande conhecedor da arte da gastronomia. Tem cara de menino, mas aos 34 anos já conhece boa parte do mundo. É viajado, culto, inteligente. Ronald Marczak é pé vermelho. Nasceu em Londrina, numa família onde a música erudita se faz presente constantemente. Para não fugir à regra estudou violino e foi para São Paulo terminar seus estudos na USP. Com 18 anos decolou para a Alemanha e lá mesmo começou a tocar num restaurante. "Foi quando tive contato com a gastronomia. Eu amava a música, foi algo que me dediquei de coração e que me dava muito prazer. Porém, a arte da gastronomia começou a me conquistar e eu senti que tinha vocação. Porque cozinhar é um dom, vem por instinto. Ou você gosta ou não. Decidi fazer um treinamento num hotel e um curso de hotelaria em Freiburg. Foram 4 anos de muita dedicação e durante esse período estagiei na cozinha do hotel. Pronto, sabia finalmente que era aquilo o meu destino", comenta . Da Alemanha ele decolou para Suiça e França. Foi discípulo do famoso chef francês Paul Bocause. "Eu me diplomei em Lion, em 1998. Também trabalhei num hotel em Frankfurt começando como commi de cuisine. Assim passei por todas as estações para aprender. Foram 2 anos até me tornar chef de partie. Tive a sorte de trabalhar em bons restaurantes, com estrelas Michelin. Aprendi tudo sobre peixes no restaurante Speisemeinsterei, em Stuttgart,na Alemanha. Em 2000 fui para os Estados Unidos. E tive uma grande experiência trabalhando em Washington, próximo à Casa Branca e assumi um cargo onde eu era o segundo no comando da cozinha. Foi uma época maravilhosa, conheci muitos artistas e até participei como coadjuvante de um filme de Steve Spielberg, coisa pequena, mas que traz boas lembranças. Como o aniversário de Madonna, comemorado no restaurante do hotel onde eu trabalhava. Até preparei um bolinho com vela para ela. Foi um momento mágico", relembra. Em Londres ele trabalhou com o chef Gordon Ramsay. "Ele tem muitos restaurantes em Londres. E foram mais 2 anos de trabalho árduo. Sem moleza. É um excelente profissional e muito exigente. Aí decidi por uma nova experiência e fui trabalhar num transatlântico, que estou até hoje. Há o lado positivo como conhecer diversos países, cultura, hábitos diferentes, comidas exóticas. E o lado difícil que é não se estabilizar num único lugar, ter uma família, viajar muito. Como tudo na vida", comenta. Ronald inicou suas atividades al mare numa companhia italiana que fazia toda a costa mediterrânea. Ele conta: "Fui para o Royal Caribbean e lá permaneci 2 anos, de 2006 a 2008, como chef de cuisine. Depois fui para o Silversea, que oferece modernos e inovadores navios, considerados a forma mais luxuosa e sofisticada de se viajar ao mar. E recentemente estive em Miami aprimorando conhecimentos gastronômicos, porque como já disse, um chef nunca pode parar de estudar, de se aprimorar e conhecer novos paladares. Eu me lembro, que ainda menino, adorava ver minha mãe cozinhar. Minha paixão por essa arte vem de muito tempo. Mesmo amando a música, sinto que fiz a opção certa. Estou plenamente realizado. A única coisa que lamento é permanecer tanto tempo longe da minha mãe e dos meus irmãos Roberson, Roney e Rosbelle. O que tento compensar quando venho ao Brasil", conclui.